A todos os amigos e colaboradores do
Bicho Brother.
São dois anos de atividades sem
interrupção.
Nesse pequeno tempo tudo se passou
muito rápido. Foram mais de 100 adoções feitas respeitando o
conceito de posse responsável. Muitas dessas adoções estão
noticiadas em nossa fan page no Facebook e em nosso blog, canais
permanentes de comunicação com nosso público. Outras atividades de
relevância do nosso projeto também podem ser vistas em nossos
canais de comunicação. Por exemplo, aprendemos a utilizar os
serviços do Hospital Público Veterinário do Tatuapé. Hoje somos
orgulhosos de termos proporcionado tratamento médico de alto nível
para vários gatos que foram recolhidos das ruas da cidade de São
Paulo.
Nosso caso símbolo é o da gatinha
Sister, resgatada de um despejo no bairro do Rio Pequeno em julho de
2013 e hoje em nosso abrigo. Velha e muito debilitada, com poucos
dentes na boca, apresentava sinais de anormalidade na região dos
olhos. Dois dias depois de ser resgatada garantimos para ela
tratamento médico. Ao longo do tratamento diagnosticou-se que ela é
acometida do tipo mais agressivo de câncer que existe e em uma
região muito desfavorável. Foi submetida a procedimento cirúrgico
e hoje faz visitas regulares aos oftalmologistas do hospital. Sister
é rara por existir tanto tempo em condições tão adversas. Seu
desligamento desse mundo vai ser com dignidade. Sem dor e bem
alimentada, vai virar estrelinha morando em nosso abrigo e cheia de
conforto.
Foi o filósofo e médico Albert
Schweitzer, falecido no Gabão em 1965 salvando vidas humanas, o
autor de uma célebre frase que hoje dá sustentação às ações
de muitos ativistas da causa animal: “Quando o homem aprender a
respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal,
ninguém precisará ensiná-lo a amar seus semelhantes”.
Sister talvez seja o menor e mais
frágil ser da Criação que conhecemos. Temos a imensa honra de
abrigá-la e amá-la.
A pergunta que nos fazemos diariamente
é: como resgatar, abrigar e amar mais gatos como a Sister?
Pergunta nada fácil de responder
quando nos damos conta de uma realidade financeira nada favorável.
Nesse dois anos recebemos muito apoio e
correspondemos a altura a esse apoio. Muitas vezes também não
contamos com nenhuma ajuda, e mesmo assim superamos a escassez
material e as próprias custas acolhemos de diversas maneiras os
animais que deveríamos acolher. Faz parte do aprendizado a
superação.
Entretanto a situação agora se mostra
mais desafiadora. Como um menino que vislumbrou de dentro de casa a
existência da rua e agora precisa experimentar o mundo para se
desenvolver como ser humano, nosso projeto vislumbrou a possibilidade
de ter uma base e um gatil para poder atender a um número maior de
animais que precisam de cuidados.
A verdade é que nos deparamos com um
momento muito especial e ao mesmo tempo muito delicado.
A questão é, do ponto em que estamos
não podemos voltar para trás, e para seguir em frente, precisamos
de um apoio maior.
Desde fevereiro o Bicho Brother está
sediado em uma casa na Zona Leste da Capital paulista. Local
estratégico que nos coloca ao lado de uma clínica veterinária
parceira, próximos ao Hospital Público do Tatuapé e também muito
perto de um cemitério onde desenvolvemos um trabalho de proteção
aos gatos que lá habitam.
Por esse passo que demos e para que
continuemos a avançar pedimos de maneira enfática para que todos os
nossos colaboradores e parceiros permaneçam conosco ainda mais
firmes. E pedimos também para que aqueles que até agora não
tiveram o impulso de nos proporcionar ajuda, que seja esse o momento,
que passem a nos ajudar. Para que possamos estar cada vez mais fortes
e fazer diminuir o sofrimento dos animais que enfrentam as ruas da
cidade de São Paulo. E não é fácil o que eles enfrentam. Podem
acreditar.
Comemoramos aqui a vida. Dois anos de
existência sem interrupção não é para qualquer um. E foram dois
anos de muito trabalho e ação. Até captura, esterilização e
devolução temos feito com grande sucesso. Sobre essa prática (CED)
temos a dizer que é a única política possível para efetuar o
controle da população felina da cidade, que por descaso das
autoridades competentes e uma sólida cultura negativa incrustada na
população, nunca foi tão grande e tão desemparada. Em nossa
rotina diária nos deparamos com muito abandono e crueldade. A
captura, esterilização e devolução deveria ser difundida no dia a
dia das ONGs e protetores individuais.
Pedimos apoio para estarmos na linha de
frente de uma batalha que deve durar muito. Uma batalha que deve ser
empreendida para defender seres indefesos.
Estamos abertos para sugestões e
críticas. Nossos canais de comunicação estão abertos e
disponíveis 24 horas por dia durante o ano todo. Escrevam-nos!
Obrigado,
Eduardo Pedroso
bichobrother@gmail.com
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