PLANTÃO BICHO BROTHER NO CÃO DE MEL


AJUDA PARA O MANCHA!

MANCHA chegou até o consultório do Dr. Tarcísio de Barros Aranha totalmente em frangalhos. Anêmico, cabisbaixo, desidratado e com uma diarréia brava. Foi levado por uma colaboradora do Bicho Brother que nos acionou. Segundo ela esse bichinho durante três meses freqüentou sua casa, e um dia apareceu no quintal em estado moribundo.

TEMOS até agora um hemograma que constata anemia e aponta um baixo nível de glóbulos brancos. Ele não é renal e nem diabético. Temos necessidade de recursos para teste de FIV-FELV. Outras despesas precisam ser cobertas tais como hospedagem, alimentação e remédios do Mancha.

PRECISAMOS DE AJUDA! Por favor, escrevam para bichobrother@gmail.com para receber instruções de colaboração para esse nosso irmãozinho que não está bem.
Após sabermos o que ele tem, vamos dirigir nossos esforços para torná-lo saudável e arrumar um lar para ele, mesmo que ele tenha alguma doença contagiosa ele terá todo nosso suporte. Compartilhem!

Obrigado,
Equipe Bicho Brother




OS GATOS PINTORES

Surpreenderá, talvez, a maioria das pessoas, a capacidade que muitos gatos possuem de pintar. 

Para alguns, as pinturas de gatos são motivadas por necessidades de extravasar energias, mas sabemos que alguns são capazes não só de distinguir cores, como também sentir prazer em pintar e adaptar cores a diferentes objetos.
Foi observado que a maioria dos gatos que pintam gastam aproximadamente dez minutos para começar o trabalho, seus olhos ficam levemente fechados, o que nos leva a admitir que esperam algum poder de inspiração de forças invisíveis.
Fotos e trecho do livro Gatos, a emoção de lidar, da psiquiatra Nise da Silveira

VOCÊ VAI BRIGAR COMIGO POR CAUSA DE UM GATO?, MONTAIGNE, DESCARTES E A SOCORRISTA ESQUECIDA













Ao observar um gato ser socorrido durante um incêndio dias atrás, o apresentador Geraldo Luís, do programa Balanço Geral da TV Record, se enche de indignação e raiva. Socorrer um gato? Socorrer um gato em um incêndio com vítimas humanas? Soou absurdo para o apresentador. Pesou-lhe na alma a imagem de uma vida sendo salva. Ele destilou seu ódio ao vivo para milhares de pessoas. Ainda que todos os moradores humanos estivessem socorridos, sua face retorcida pelo ódio e intolerância faziam aumentar sua voz em defesa dos humanos que, segundo ele nos fez compreender, estavam naquele momento rebaixados a gatos.
É possível explicar isso. Porque esse comportamento está em nossa formação moral e psíquica. 
O texto que segue abaixo pode dar conta de tentar compreender também por que a Inquisição Católica queimou gatos e por que um ritual de passagem  hierárquica da SS nazista obrigava oficiais promovidos a arrancarem os olhos de um gato a sangue frio após conviverem com o animal durante um mês.

MICHEL DE MONTAIGNE (1533-1592) x RENÉ DESCARTES (1596-1650)

Há na composição da sensibilidade ocidental o elemento cartesiano da supremacia humana. Contestável, mas impregnado em nosso comportamento moral, social e psicológico. Descartes, filósofo iluminista francês marcou com seu pensamento profundamente nossa trajetória. Entender porque sua obra e sua lógica se impuseram não está no objetivo desse texto. Descartes considerava os animais como um mero princípio mecânico, apenas uma peça de um motor conduzido sem piedade e ganância pelo homem. Com licença poética, Descartes assistiria Geraldo e acharia bacana. Já outro filósofo francês não gostaria da intolerância de Geraldo. O também iluminista Montaigne é o contraponto a Descartes que dá gosto de lembrar. Menos influente no pensamento das gerações que se seguiram, mas não menos importante, Montaigne, homem maior, não construiu sua filosofia elegendo o homem como centro de tudo. Montaigne preferiu a vida. Nunca desdenhou dos animais e nunca os rebaixou. O homem é parte da vida, e não toda ela. Por isso o respeito para as outras partes é fundamental para a harmonia do bem-viver. Para ilustrar o pensamento fino e elevado de Montaigne, há uma frase dele que é sensacional: “Quando brinco com minha gata, quem sabe se ela não se distrai comigo mais do que eu com ela?”
Vejam, Montaigne, homem de inteligência abrangente, filósofo imortalizado e estudado em toda academia de pensamento importante, dono de uma obra vasta que tenta explicar a condição humana, humildemente se coloca no mesmo plano de sua gata. Enfim, como já dissemos, ele prefere a vida.
Já o Sr. Geraldo Luís, apresentador do Balanço Geral, o mesmo homem que com sua produção construiu um cenário com gelo seco e copinhos jogados no chão para simular a tragédia de Santa Maria, inconscientemente, prefere entronizar o homem e humilhar os animais. Descartes prevaleceu. 

Sorte que Montaigne ainda se faz presente entre alguns de nós.
Por isso é fundamental saber quem é a pessoa que socorreu o gato.
Quem é a socorrista?
Devemos louvá-la e honrá-la e dizer seu nome e agradecer.
Afinal é o espírito de Montaigne que se impôs belamente ao espírito pragmático, destroçador, cruel, frio, cartesiano e impiedoso simbolizado pelo medíocre Geraldo Luís do Balanço Geral.   

















DONA TEREZA, OS ATAQUES A GATOS NO BAIXO GLICÉRIO E O SEMINÁRIO DA OAB-SP SOBRE PROTEÇÃO FELINA







Sábado à tarde recebemos uma ligação da Dona Tereza. Uma senhora idosa que mora sozinha num apartamento popular na região central de São Paulo. Foi das mãos enrugadas e trêmulas dessa mulher que recebemos há exato um ano nosso gato mais precioso e cativante, o Gardel. Coincidência triste ela ter feito contato um dia após a adoção dele acontecer.




Por que triste

O diálogo abaixo foi gravado agora à tarde por um voluntário do projeto que foi investigar a veracidade da situação:

Voluntário Bicho Brother: Dona Tereza, como é fisicamente esse homem que ataca os gatos na vizinhança

Dona Tereza: É moreno, baixo, anda sempre de bermuda, cabelo liso, escuro...

Voluntário Bicho Brother: Ele faz isso sozinho?

Dona Tereza: Eu não sei, eu não sei. Tenho medo deles. Se eles sabem que o senhor está aqui... Eu tenho medo deles.

Voluntário Bicho Brother: A senhora presenciou algum ataque?

Dona Tereza: Só ouço. Tenho medo de sair de casa. É aqui embaixo, tem gente que grita: -- Solta o gato, solta o gato! -- mas eles não soltam.

Voluntário Bicho Brother: E o que acontece? 

Dona Tereza: Muito barulho, o gato grita muito, as crianças também. Depois fica um silêncio, às vezes escuto o choro de alguém que devia conhecer o bichinho, o dono, uma criança que gostava...

Voluntário Bicho Brother: E por que a senhora não chama a Polícia?

Dona Tereza: Eu chamo, mas não sei falar... Eles não vem.

(No domingo registramos uma ocorrência por telefone no 190. Seguimos para o local e encontramos policiais dando ronda na rua indicada)

Voluntário Bicho Brother: Dona Tereza, é preciso dizer assim quando for atendida pela Emergência da Polícia Militar 190: -- Policial, boa tarde. Quero registar uma ocorrência. Há pessoas aqui na rua tal, em frente ao número tal, que estão batendo com pedaços de paus num gato manso. Tem mulheres e crianças pedindo socorro, pedindo para parar, mas eles não param. Eles estão vestindo roupas tais e são em número de tantos. São brancos, pretos ou miscigenados, e fazem isso sempre e estão fazendo agora. Por favor, peço que encaminhem uma viatura para cá o quanto antes!

Dona Tereza: Não sei falar como o senhor, não vou lá ver de medo. Prefiro ligar para o senhor. Tenho medo...