UMA PROTETORA DESESPERADA, O SUVIS, SOLUÇÃO A CAMINHO
Sexta-feira, 08/11/2013, uma jovem protetora entrou em
contato com o Bicho Brother. Ela estava desesperada. Motivo: havia tomado uma
atitude extrema. Para salvar um filhote de gato da negligência de uma vizinha,
entrou na casa da mesma e resgatou o animal. Com o gato em mãos, não sabia o que
fazer.
Segue o diálogo entre a protetora e o voluntário do Bicho
Brother.
Protetora: Oi,
este bebê estava jogado na rua, tremendo de frio, morrendo de fome e eu o
peguei. Na verdade, roubei, porque ele tem dona. Todo mundo viu que eu o peguei
e ela o quer de volta! Só que essa semana um gato adulto que ela tinha morreu
atropelado.
O dono da casa onde moro não quer o gato aqui, eu moro nos
fundos da casa dele.
O bebê está que é só pulga e eu não quero devolvê-lo! Por
isso não divulguei a história, foi um roubo!
Voluntário Bicho
Brother: Diga à pessoa que estava com ele que você vai denunciá-la por maus-tratos.
Protetora: Aqui
na periferia ninguém liga pra isso! O outro gato dela, o adulto, eu que o levei
pra castrar e amputar o rabo que estava necrosado, e agora o bichinho morreu!
Não quero devolvê-lo, é muito maldade, ele é bem pequeno!
Voluntário Bicho
Brother: Então vocês têm uma relação de amizade. Diga a ela que você vai
cuidar do gato por um tempo e procure ensiná-la.
Protetora: Não,
ela nunca falou comigo! Ela pediu ajuda para uma amiga dela que me pediu para
ajudar, fiz pelo gato.
Voluntário Bicho
Brother: Então procure a amiga dela e peça para ela te ajudar.
Protetora: Estou
tentando, mas ela tem dois cachorros. E também não quis ficar com o gato lá,
por ser amiga dela.
Voluntário Bicho
Brother: Você entrou na casa da pessoa e pegou o gato?
Protetora: Sim!
Ele estava gritando e tremendo muito, então eu o peguei! Preciso tirá-lo daqui
rápido!
Voluntário Bicho
Brother: Ela viu você pegar o gato?
Protetora: Ela
não, mas tinha bastante gente na rua.
Voluntário Bicho
Brother: Moça, infelizmente, preciso te dizer que isso é roubo. Você
precisa ir falar com sua vizinha. Explique que se ela não cuidar do gato você
vai à polícia fazer uma denúncia por maus-tratos. Diga que você quer ficar com
o gato.
Protetora: Eu vou
tentar. Mas se ela não aceitar, eu vou ter que devolver?
Voluntário Bicho
Brother: Se ela não aceitar, pegue o telefone e o endereço dela diga que um
protetor ligado a uma organização de defesa animal vai visitá-la.
Protetora: Tá bom, vou fazer isso. Vou fazer porque confio em você.
Voluntário Bicho Brother:
Procure ajuda-la a cuidar do gato, se ofereça para ensinar, doar um pouco de
ração. Você conhece o SUVIS?
Protetora: Não.
Voluntário Bicho Brother: O SUVIS é a Supervisão de Vigilância
Sanitária, tem unidades espalhadas pela cidade, é um serviço da Prefeitura de
São Paulo que funciona. No SUVIS você
pode castrar, vacinar e tirar RGA para o gato, tudo gratuito. Então diga para
sua vizinha que você vai vacinar e castrar o gato pata ela.
Protetora: Nossa,
eu não sabia. Eu vou devolver o gato e tentar ajuda-la, se ela permitir.
Voluntário Bicho
Brother: Procure se informar sobre o SUVIS. Se você é protetora precisa
usar os serviços da Prefeitura, e ensinar a população a usar também. No SUVIS a
vacina anti-rábica é gratuita o ano inteiro. E cada pessoa residente em São
Paulo pode castrar até dez animais, entre cães e gatos, gratuitamente.
Funciona das 10:00 às 15:00 horas nos dias de semana. Você
precisa levar seu RG, CPF e comprovante de residência, só leve o animal caso
você queira vaciná-lo. Para fazer o RGA basta levar essa documentação, para
castração eles fornecem telefone e você agenda o procedimento em uma clínica
conveniada. Mantenha-me informado.
Protetora: Eu
nunca ouvi falar nisso, muito obrigada, se não fosse por você eu não saberia!
Assim que eu conseguir falar com ela eu já te falo!
Uma hora depois.
Protetora: Acabei
de falar com ela, ela deixou que doasse o gato, pois deram veneno para o outro
gato dela.
Voluntário Bicho
Brother: Está vendo, melhor assim. Primeiro deixe-o bem de saúde, castre-o
e depois coloque para adoção. Conte conosco para orientá-la na adoção.
Serviço do Bicho
Link para informações completas do SUVIS
O texto abaixo inaugura a sessão Canal Bicho Protetor e é escrito pelo Albert Viana, gestor da Toca do Gatinhos
Para protetores ou ONGs com larga
experiência em selecionar de forma adequada os adotantes para gatos e cães,
este texto pode não ser de grande utilidade, mas ao menos servirá para orientar
aqueles que não tem tanta experiência.
Para aqueles que não tem experiência
no encaminhamento de animais para adoção ou, mesmo que tenham, queiram
informar-se melhor, os proveitos podem ser ainda maiores.
É muito comum que pessoas que se
deparem com animais abandonados, por mais bem intencionadas sejam, queiram
arrumar donos para eles o mais rapidamente possível, e em muitos casos, a
pressa é um erro terrível, com consequências inclusive trágicas para o pobre
animal resgatado.
Mesmo que no primeiro momento o dono
se apresente com pessoa “boazinha” e que diz coisas do tipo “Pode deixar, que
eu cuido direitinho”, pode ser que a adoção esteja sendo feita por impulso, ou
seja, o adotante não tem noção das responsabilidades, inclusive do ponto de
vista financeiro, de cuidar de um gato ou cão pelos próximos 15 anos ou mais.
A partir desse ponto, nossa análise
será mais específica para gatos, mas muitos procedimentos são igualmente
aplicáveis a cães.
Centenas são as ocorrências de
tragédias, tais como envenenamento, atropelamento, maus tratos, roubos, etc. de
gatos que, mesmo tendo donos amorosos, moravam em casas por onde eles podiam
sair de casa e irem para a rua ou quintal de vizinhos.
O adotante precisa morar em lar
seguro para gatos.
Dentre os erros que muitos adotantes
cometem, no que diz respeito a segurança do lar, citamos:
1) Acharem que só porque o gato é
castrado, que ele vai ser “caseiro” e não vai sair.
2) Dizerem “Pode deixar que vou
deixar o gato só dentro de casa” ou “Deixo as janelas sempre fechadas”. Ninguém
vai conseguir vigiar os gatos 24 horas por dia ou evitar que uma visita abra
alguma janela, por exemplo.
3) Pensarem que só porque já tiverem
um gato “caseiro”, que qualquer gato que adotarem também não vão sair de casa,
mesmo tendo como fazê-lo.
Quando o dono viaja.
De nada adianta o adotante morar em
local seguro para gatos se, quando viajar, deixar o gato em casa de amigo ou
parente que não esteja protegida para os gatos.
Infelizmente é muito comum o dono
viajar, deixar o gato em casa de conhecido e o gato ficar estressado e, em
muitos casos, fugir para nunca mais voltar.
Se muitos gatos acabam sumindo
quando o próprio dono muda de um local para outro, imaginem quando vai para
outro local sem o dono!
Mesmo o gato ficando em local seguro
durante a viagem, inclusive hotelzinho, há o risco de estresse, assim a melhor
solução parece ser deixar o gato no próprio lar onde vive e pedir alguém de
confiança a cuidar uma vez por dia.
Há inclusive profissionais que fazem
o serviço de “pet sitter”.
Causas frequentes de devolução dos
gatos adotados.
Porque tanta gente adota os gatos e
passado algum período ou, em alguns casos, depois de muitos anos, querem
devolvê-los? Dentre os principais motivos, citamos:
1) Orientação médica de que a
grávida precisa “se livrar” do gato. Para diminuir o risco de isso acontecer,
melhor orientar os adotantes antes de adoção, inclusive com textos de
profissionais, que atestam que é absolutamente possível ter gatos e grávidas ou
crianças no lar.
2) Dono vai se mudar para outra
cidade ou exterior e diz não poder levar o gato consigo.
3) Casos de alergia em algum membro
da família. Em alguns casos é realmente impossível a convivência, em outros
casos, depois de uma reação inicial, o organismo do alérgico ganha imunidade.
4) O adotante não considerou todos
os aspectos importantes da adoção, inclusive sobre as depesas habituais ou
extraordinárias com o gato.
Abraços;
Albert
Conseguimos
adoções para mais de 1100 gatos. Quer adotar, ajudar ou nos conhecer
melhor?
Visite
nosso site e blog: http://www.tocadosgatinhos.com.br/
Texto: Albert Vianna,
da Toca dos Gatinhos
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