Canto do Bicho

OS GATOS PINTORES

Surpreenderá, talvez, a maioria das pessoas, a capacidade que muitos gatos possuem de pintar. 

Para alguns, as pinturas de gatos são motivadas por necessidades de extravasar energias, mas sabemos que alguns são capazes não só de distinguir cores, como também sentir prazer em pintar e adaptar cores a diferentes objetos.
Foi observado que a maioria dos gatos que pintam gastam aproximadamente dez minutos para começar o trabalho, seus olhos ficam levemente fechados, o que no leva a admitir que esperam algum poder de inspiração de forças invisíveis. 


Fotos e trecho do livro Gatos, a emoção de lidar, da psiquiatra Nise da Silveira


Ligia Souza sempre teve paixão por desenhar. Atualmente investe em sua carreira de ilustradora e tem como professora e mestra, como ela gosta de chamar, a paulistana Catarina Gushiken. Já fez diversos cursos e workshops com artistas renomados, como Sabrina Eras e Val Schneider. Sua alma de gateira está impressa nesses seis desenhos e uma colagem produzidos exclusivamente para o Bicho Brother. Para conhecer mais trabalhos de Ligia Souza: http://www.behance.net/ligiasouza 













O escritor norte-americano William Burroughs (1914-1997) foi um homem controverso. Era sisudo, carrancudo e mal humorado. Andava armado. Matou a esposa brincando de Guilherme Tell numa noite de bebedeira no México, em 1951. Foi preso. Solto produziu muito. Figurão da grandeza de Jack Kerouac e Allen Ginsberg. Geração Beat. Momento estético-literário rico e desvairado. Foi a gênese da contracultura. Hippies e punks se alimentaram da obra de Burroughs, que foi viciado em vários tipos de droga. Leu Carlos Castaneda. Drogou-se no deserto e participou de experiências místicas e transcendentais. Declarou-se homossexual.Não possuía o espírito coletivo de seus pares. Por isso sua obra foi sui generis. Sua obra máxima, O almoço nu (Naked lunch, 1959) foi adaptada para o cinema por David Cronenberg em 1991. Burroughs não gostou. Em resumo, Burroughs fez, e fez, e fez muito. Uma vida de 83 anos vivida sem sinal vermelho. Forte e veloz. Por último, uma surpresa. O livro O gato por dentro (The cat inside, 1992). Burroughs amava gatos e fez por meio deles uma espécie de acerto de contas com seu passado. Difícil descrever esse livro curto de amor, loucura e devoção ao animal – uma viagem sentimental e particularíssima pelo ancestral convívio entre felinos e humanos – Uma pena estar esgotado. A LP&M podia colocar novamente no mercado. Amantes de gatos e literatura agradeceriam!




Trecho do livro: "Indícios apontam que os gatos foram domesticados pela primeira vez no Egito. Os egípcios armazenavam grãos, que atraíam roedores, que atraíam gatos. (Não há provas de que isso tenha acontecido com os maias, apesar de haver um grande número de gatos selvagens nativos na área.) Não acho que isso seja exato. Sem dúvida não é a história toda. Gatos não começaram como caçadores de ratos. Doninhas, cobras e cães são mais eficientes como agente de controle de roedores. Eu postulo que os gatos começaram como companheiros psíquicos, como Familiares, e nunca se afastaram dessa função.”

Serviço do Bicho
O gato por dentro
William Burroughs
Tradução de Edmundo Barreiros
Coleção LP&M Pocket


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